quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Limão de Amargura

Chorei ontem. Ontem ao telefone chorei. Afinal choro... Não gosto de chorar. Chorar é (para mim) um sinal de fraqueza. Ao telefone ontem nem sei porquê comecei a chorar. Tentei conter o choro, não consegui. Ando bem. Não sei qual foi a razão. Curiosamente estava a ouvir esta música... 



Cristina Branco - Meu Amor, Meu Amor (Meu Limão de Amargura)


poema: Amália Rodrigues 




Meu amor, meu amor
Meu corpo em movimento
Minha voz à procura
Do seu próprio lamento.

Meu limão de amargura


Meu punhal a crescer
Nós parámos o tempo


Não sabemos morrer 
E nascemos, nascemos
Do nosso entristecer


Meu amor, meu amor
Meu pássaro cinzento
A chorar a lonjura
Do nosso afastamento

Meu amor, meu amor
Meu nó de sofrimento
Minha mó de ternura
Minha nau de tormento



Este mar não tem cura
Este céu não tem ar
Nós parámos o vento
Não sabemos nadar
E morremos, morremos
Devagar, devagar

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