sábado, 3 de dezembro de 2011

É Natal! É Natal!

Eu já entrei completamente no espírito natalício. E fico ainda mais natalino com músicas de Natal, adoro... Não sendo uma música de Natal, apesar de muitas vezes ser escolhida por cantores para a interpretarem nesta do altura ano, "Dream a Little Dream of Me" foi a música escolhida pela TMN para o seu anúncio natalício numa versão de Áurea. Esta, é para mim, uma das melhores versões desta música. A voz desta miúda é algo que me faz arrepiar todo...



Em cima o anúncio e em baixo uma versão mais longa e sem o coro infantil.


segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ainda o Fado

Deixo aqui de Júlio Resende, o pianista, não o pintor, a preformance de Júlio Resende Trio de "Silêncio - for the Fado" do álbum "You Taste Like a Song" (2011), num exemplo claro de como o Fado influencia tudo e todos...


domingo, 27 de novembro de 2011

Fado

Para homenagear o Fado como Património Imaterial da Humanidade escolhi para ouvir aqui uma das vozes que ultimamente anda a dar que falar, a de Ricardo Ribeiro. Ele fuma, ele bebe, ele é gordinho, ele é diferente na igualdade que existe no Fado. Gosto do Ricardo, gosto da sua voz, gosto do seu mau feitio, gosto, pronto. Viu-o pela primeira vez ao vivo em 2008 ou 2009 numa das minhas muitas visitas ao Museu do Fado. Fujo assim à escolha obvia de Amália, ou de Celeste, ou de Lucilia, ou de Camané, ou de Mariza, ou de Carlos do Carmo, ou de Alfredo, ou de Ana Moura, ou de...



Ricardo Ribeiro em "Fama de Alfama (Bairro Afamado)", letra de Radamanto (Mote) e Conde Sobral (Glosa), música de José Lopes (Fado Lopes).

domingo, 9 de outubro de 2011

Cinema: "Sangue do Meu Sangue" e o amor incondicional


João Canijo é daqueles realizadores portugueses que podem já ser considerados cineastas, pois não se limita a realizar um filme, concebendo-o também, estando por trás do filme em si. Canijo atinge com este "Sangue do Meu Sangue" o patamar que já lhe estava destinado há muito, o de ser tão bom ou melhor realizador e cineasta que um Woody Allen ou um Clint Eastwood, ou um Steven Spielberg, ou outro qualquer grande de Hollywood.


"Sangue do Meu Sangue" conta a história do amor incondicional de uma mãe, Márcia (Rita Blanco), pela sua filha, Cláudia (Cleia Almeida), e do amor incondicional de uma tia, Ivete (Anabela Moreira), pelo seu sobrinho, Joca (Rafael Morais), e de como elas estão dispostas a sacrificar tudo para os salvar. Estes amores incondicionais levam a certas atitudes, acções e comportamentos (talvez) incompreensíveis. O 'amor de mãe', mesmo no caso da tia e do sobrinho, é o maior amor que existe. É capaz de tudo. E tudo pode. E tudo faz. É este amor desmesurado, poderoso e maravilhoso que este filme retrata. Num Portugal da Lisboa que não é assim tão cosmopolita como isso, mas que também não tem que ser forçosamente fatídica e trágica.


Este filme conta com um elenco de primeira linha. Canijo utiliza quase todos os seus actores fetiche, Rita Blanco, Cleia Almeida, Anabela Moreira, Fernando Luís e Beatriz Batarda (num pequeno papel). As interpretações são soberbas, sobretudo das três personagens femininas. Rita Blanco está divina como ela só, e Anabela Moreira e Cleia Almeida desabrocham ainda mais o seu talento. De destacar também a intrepertação de Nuno Lopes, especialmente na cena final com Anabela. Deu bons frutos o facto do argumento escrito e composto em parceria com o realizador e os seus actores, dando espaço de manobra para os actores se identificarem ainda mais com as personagens por si encarnadas, deixando-as fluir sem se anularem. Desde cedo que João Canijo gosta de retratar o Portugal real, não tanto o profundo, mas aquele que existe ao nosso lado, quase sem darmos por isso. Desde "Noite Escura" (2004) que o realizador leva os seus actores para o ambiente onde decide filmar. Na altura foram os bares de alterne, desta vez foram as profundezas do Bairro Padre Cruz em Lisboa. Fazendo de alguns dos seus habitantes actores, interpretando personagens figurantes que dão autenticidade e realismo à película. Parecendo quase um documentário e não tanto uma obra ficcionada.


Só tenho dois pontos a criticar negativamente: o cartaz e o trailer do filme. O trailer é um mero conjunto de imagens do filme apresentadas sem nexo. O cartaz de Pierre Collier parece um trabalho amador. É difícil entender este trabalho do artista francês, sendo ele um veterano no design de bons cartazes de cinema, tendo o seu primeiro trabalho sido feito em 1986.


Eu optei por ir ver a versão longa do filme, de 190 minutos, no Cinema City Classic Alvalade, e agradou-me que para um sábado à noite a sala estar muito bem composta, com poucos lugares vagos. Apesar desta versão ser muito longa vale a pena ver o filme. Perder este filme significa perder um dos melhores trabalhos de João Canijo e significa perder um dos melhores filmes portugueses dos últimos anos.


Classificação: 4,9 em 5.



Em cima, na imagem, o cartaz do filme e em baixo, o trailer.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

o meu voto


O meu voto conta? Claro que conta. O meu voto tem importância? Claro que tem. O meu voto é decisivo? Claro que é. Assim como o de todos nós. Por isso é muito importante votar em qualquer eleição ou referendo. Por pouco que tenham acompanhado esta campanha, podem verificar que um lado culpa o outro pelo estado em que está o país. Um lado chamou "ignorantes" aos alunos que andaram nas Novas Oportunidades. Esse mesmo lado disse a uma senhora que uma enxadazinha lhe fazia bem quando a dita senhora o mandou trabalhar. O outro lado teve umas alegres figuras de turbante a baterem-lhe palmas. Teve também uns quantos protestos à porta dos seus comícios. O terceiro do "arco governativo" fez uma campanha sem grainhas. À esquerda, o avô parece que fez apenas campanha na sua zona de conforto, não arriscando mais, não ousando mais. A outra esquerda arrisca-se a ser o novo partido do táxi. Os chamados partidos pequenos, sem assento parlamentar, conseguiram que um tribunal, o de Oeiras, interferisse na campanha, obrigando as televisões a transmitir uns debates enfadonhos e monótonos. Em resuma, uma campanha igual às anteriores, cansativa e pouco esclarecedora. Mas o importante é ir votar. Fazer valer a nossa decisão. Mesmo que o resultado não seja a nosso favor. É nas urnas, é através da representatividade parlamentar que nós, cidadãos, temos voz activa. E ainda bem que esta campanha já está a acabar. A partir de segunda-feira é que vão ser elas. A troika andará por aí, a controlar-nos, a vigiar-nos, a fazer-nos a vida ainda mais negra. E não se irá embora sem nos depenar o pouco que já temos...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Festival de Cannes 2011


O Festival de Cannes começou a semana passada no dia 11 e prolonga-se até dia 22 de Maio, altura em que se conhece o vencedor da 64ª edição. Dos 20 filmes da Competição Oficial destaco 5 que irão continuar a dar que falar até à entrega dos Oscars do próximo ano. Cheguei a ter esta lista com 7 filmes, mas consegui reduzi-la. A ver vamos se algum dos 5 vence a Palma de Ouro.


Habemus Papam (2011) de Nanni Moretti - O polémico realizador italiano regressa em força com mais uma obra que põe o dedo na ferida mesmo no centro da Igreja Católica. O filme centra-se na história da relação entre o papa recém-eleito (Michel Piccoli) e seu terapeuta (Nanni Moretti).



La Piel Que Habito (2011) de Pedro Almodóvar - Baseado no romance "Tarântula" de Thierry Jonquet, este conto de vingança conta a história de um cirurgião plástico (Antonio Banderas) na caça aos homens que violaram a sua filha. (Em Março passado escrevi um texto para o dezanove.pt sobre o pouco que já se sabia sobre o filme, a ler aqui.)



Melancholia (2011) de Lars von Trier - Este filme catastrofe segue duas irmãs que terão de lidar com o facto de o planeta Melancholia estar em rota de colisão com a Terra, enquanto que Claire (Charlotte Gainsbourg) aceita o destino de uma maneira calma, Justine (Kirsten Dunst) não.



Sleeping Beauty (2011) de Julia Leigh - Uma versão erótica, alternativa e adulta, do conhecido conto de fadas. Lucy (Emily Browning) é uma jovem estudante que se aventura no mundo da prostituição e encontra a sua vocação junto de homens com o fetiche por mulheres que dormem durante o acto sexual.



The Tree of Life (2011) de Terrence Malick - Portagonizado por Brad PittJessica Chastain e Sean Penn, ambientado nos anos 1950 e nos nossos dias a história segue o percurso de vida do filho mais velho de uma família da zona do Midwest americano com três filhos. O filme tem estreia prevista para Portugal já para 26 de Maio.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ainda o IndieLisboa'11

 



Deixo-vos aqui os links dos textos (alguns desactualizados) que escrevi para o dezanove.pt sobre alguns filmes que estiveram presentes no festival internacional de cinema IndieLisboa'11:


"IndieLisboa: Mas o que é que pode haver de novo no amor?": «É a esta simples e complexa pergunta que seis jovens realizadores portugueses tentam responder no filme “O Que Há De Novo No Amor?” (2011).»;


"IndieLisboa: "O Céu Sobre os Ombros" - o nosso pior inimigo somos nós mesmo": «A vida de cada um de nós é um grande e imenso tabuleiro de xadrez, cheio de jogadas complexas e decisões difíceis sem retorno.»;


- "IndieLisboa - Pulso Acelerado: à procura da identidade (vídeo)": «Na secção infanto-juvenil do IndieLisboa, o IndieJúnior, também são mostrados filmes de temática LGBT.»;


- "O vencedor do IndieLisboa: The Ballad Of Genesis And Lady Jaye, uma nova balada de amor (vídeo)": «O Indie também é queer. O Indie também é pan, pansexual, panamoroso. Aliás, esta foi a tónica de todo o festival, o amor nas suas várias formas, com as mais variadas consequências. E isto reflecte-se no filme vencedor deste Indie. "The Ballad Of Genesis And Lady Jaye" (2011) de Marie Losier venceu o Grande Prémio "Cidade de Lisboa".».


 

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Bin Laden is Dead

Mataram Osama Bin Laden. Aliás, a América, os Estados Unidos dessa América, matou Bin Laden. Aliás, Barak Obama, Presidente dessa América dos Estados Unidos, Nobel da Paz em 2009, mandou matar Bin Laden. Não concordo com a morte pela morte. Não concordo com a guerra pela guerra. A guerra e a morte são das coisas mais terríveis e dolorosas que se pode experienciar. A guerra e a morte transformam-nos em monstros, em animais que não conheciamos que existiam em nós. Não concordo com o acto de guerra que foi perpetado pela Al-Qaeda às Torres Gémeas do World Trade Center em New York. Ainda hoje o meu estômago dá voltas de cada vez que me lembro que assisti impotente à queda de duas torres em directo na televisão. Mas também não concordo com a morte de Osama Bin Laden. Mas esta é apenas a minha mera opinião.



Cumprindo uma já tradição, a revista Time vai publicar uma edição especial com uma cruz sobre uma imagem de Osama Bin Laden. Esta tradição da Time começou em Maio de 1945 com a publicação de uma edição especial com Adolf Hitler. Em Abril de 2003 publicou outra edição especial com Saddam Hussein, aquando da queda do seu regime no Iraq. Em Junho de 2006 o auto-proclamado líder da Al-Qaeda no Iraq, Abu Musab al-Zarqawi, morreu e mais uma vez a Time publicou uma edição especial com cruz.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Will & Kate


Will e Kate lá se casaram esta manhã, num casamento que promete modernizar a realeza britânica. Estima-se que cerca de 2 mil milhões de pessoas em todo o mundo assistiram a este enlace real. Agora espero que os deixem viver a sua vida com alguma paz e serenidade. Parabéns aos recém-casados, os novos Condes de Cambridge, e que sejam muitos felizes, claro.

domingo, 24 de abril de 2011

48 ou o que o mal faz

A 28 de Maio de 1926 dá-se a Revolução Nacional. Conduzindo ao fascismo e à ditadura em Portugal. Regime político que termina apenas a 25 de Abril de 1974 com a Revolução dos Cravos. Esta revolução conduziu-nos à liberdade e à libertação de centenas de presos políticos. Durante 48 anos o novo estado perseguiu, prendeu e torturou muitas pessoas, matando algumas centenas também, talvez milhares. 48 penosos anos. Foi o mais longo regime autoritário da Europa Ocidental no século XX.



São os rostos de 16 desses presos políticos que foram torturados que vemos no filme "48" (2009) de Susana de Sousa Dias. Este documentário não é propriamente um documentário. Não documenta, mostra. Mostra-nos de forma fria os retratos de entrada e de saída desses presos. O filme magoa. É um filme difícil de se ver por isso mesmo, porque nos é desconfortável. É arrepiante ouvir os relatos das torturas impiedosas, vis e desumanas. Fazendo da PIDE um monstro real e temível. Este filme é um filme político, de protesto. Que com mestria e sabedoria coloca o dedo na ferida dos efeitos do Estado Novo, que apesar de 37 anos de liberdade ainda está aberta e por sarar. As fotografias não são estáticas, vão-se movendo, um rosto abre-se a outro. Dá-nos o sentido da evolução da tortura espelhada nas caras. Que nos interpelam, avisando-nos que é tão fácil chegar aos regimes que nos retiram todas e quaisquer condições humanas. E é esta dura crueza que nos atinge como um raio.



Em cima na imagem o cartaz do filme e em baixo o trailer.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

sexta-feira santa ou a vida selvagem

Hoje é sexta-feira. Sexta-feira Santa. Sexta-feira (ainda) não foi alterada com os acordos ortográficos. Sexta-feira escreve-se (ainda) sexta-feira. Mas esta, a de hoje é santa. Como se de um shabat se tratasse. Neste dia que é santo nada, ou quase nada se pode fazer. Não poder comer carne é a "proibição" que mais salta à vista. Eu próprio ontem à noite tirei do congelador um belo frango para assar. Hoje de manhã quando acordei pensei que talvez não fosse boa ideia cozinhar o frango. Isto é uma das muitas tradições e imposições da nossa cultura portuguesa. Irremediavelmente associada ao cristianismo e sobretudo ao catolicismo apostólico românico. Nesta sexta-feira, a santa, não se pode trabalhar. Mas há quem trabalhe para garantir a santidade do dia. O pessoal da famosa troika está lá no "seu" gabinete a ver o que pode continuar a fazer para deprimir ainda mais os portugueses. Essa troika não descansa. Foram esses senhores do Norte que trouxeram a chuva e o mau tempo numa altura em que já estávamos a gozar dias de Verão. Sócrates também foi gozar uns diazinhos para o Algarve. Dizem que está num hotel de luxo. Pois eu acho muito bem que esteja. Que este país é muito cansativo e ter conseguido obter uma boa sondagem depois de tanto trabalho e esforço merece algum descanço. Sócrates é o nosso Cristo, será que vai conseguir ressuscitar nas eleições de 5 de Junho? Mas esta sexta-feira quer-se santa, quer-se apaixonada, com peixe e sem carne, com amigos e em família, a trabalhar ou a ver maus filmes na televisão, a ler jornais ou maus best-sellers. É esta a sexta-feira que temos, uma sexta-feira santa ou a vida selvagem que foi destinada a Portugal.



Capa d' O Inimigo Público de 22 de Abril de 2011.


 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Olhos azuis são ciúme...

... já dizia a música "Olhos Castanhos". Olhos azuis são os meus. Azuis, de um azul escuro, da cor do Oceano (acho). Desde os 18 anos que uso óculos e acho que os olhos azuis desaparecem por detrás do armação e das lentes. em breve vou tentar retomar um projecto antigo: passar a usar lentes de contacto. Há uns anos, andava eu na Faculdade, experimentei as lentes, mas não gostei, não me adaptei. Sentia incómodo por ter um corpo estranho nos olhos. E era um incompetente a colocar as lentes. Desta vez vou tentar com mais esforço e não não vou desistir até me habituar. Estou determinado em fazer mudanças este ano.Na foto uma imagem de Brad Pitt e os seus olhos azuis no novo filme de Terrence Malick, The Tree of Life (2011). Estreia (prevista) em Portugal a 27 de Maio de 2011.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Que Sera, Sera

Será? Será que este blog irá ressuscistar? Será? Será que este blog está completamente morto, ou ainda tem alguma vida? Será? Será que ainda tenho alguma coisa a dizer de relevante? Será?



Música: "Que Sera, Sera (Whatever Will Be, Will Be)"


Interpretação: Nana Mouskouri


numa versão em alemão