sexta-feira, 27 de junho de 2008

bossanova: a reinvenção (III)

A Bossa Nova de quando em vez encontra sangue novo disposto a reavivá-la e sobretudo disposto a reinventá-la.
Adriana Calcanhotto (n. 1965) surgiu na cena musical brasileira em 1990 com o álbum Enguiço. A boa aceitação foi de tal ordem que chegou a ser comparada a Elis Regina. Adriana tratou ao longo dos anos de se demarcar. A maior prova disso é o seu álbum para crianças Adriana Partimpim de 2004 onde vestia literalmente a pele de Adriana Partimpim. O seu maior sucesso continua a ser a música Vambora que faz parte do seu terceiro álbum Marítimo de 1998. Dez anos depois Adriana volta, supostamente, aos temas sobre mar. É do seu álbum de 2008 que vos dou a ouvir dois temas. 

 

1. Mulher Sem Razão, Adriana Calcanhotto, Maré (2008)
Este álbum foi apresentado em exclusivo e em primeira-mão aos fãs da cantora e compositora em Portugal num concerto no Teatro S. Luíz no início de Maio. Seguiu-se depois uma tournée de mês e meio pelo nosso país.
1. Mulher Sem Razão
Saia dessa vida de migalhas
Desses homens que te tratam
Como um vento que passou

Caia na realidade, fada
Olha bem na minha cara
E confessa que gostou
Do meu papo bom
Do meu jeito são
Do meu sarro, do meu som
Dos meus toques pra você mudar

Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Ao cair da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio

Pára de fingir que não repara
Nas verdades que eu te falo
Dê um pouco de atenção

Parta, pegue um avião, reparta
Sonhar só não dá em nada
É uma festa na prisão

Nosso tempo é bom
E nós temos de montão
Deixa eu te levar então
Pra onde eu sei que a gente vai brilhar

Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Batendo travado
Por ninguém e por nada
Na escuridão do quarto

 

2. Porto Alegre, Adriana Calcanhotto, Maré (2008)

Esta música não foi tocada no concerto de apresentação do álbum no S. Luíz. Pode ser que seja apresentada no concerto do Festival Delta Tejo. Esta alegre música tem a participação especial de Marisa Monte que faz os cantos das sereias.

2. Porto Alegre (Nos Braços de Calipso)
Amarrado num mastro
Tapando as orelhas
Eu resisti
Ao encanto das sereias
Eu não ouvi
O canto das sereias
Eu resisti

Mas chegando à praia
Não fiz nada disso
Então caí
Nos braços de Calipso
Eu sucumbi
Ao encanto de Calipso
Não resisti

Desde então eu não tive
Nenhum outro vício
Senão dançar
Ao ritmo de Calipso
Pois eu caí
Nas graças de Calipso
Não resisti
Ao encanto de Calipso
Só sei dançar
Ao ritmo de Calipso

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