sexta-feira, 7 de março de 2008

Meu Querido Alentejo

Quem me conhece sabe que tenho uma ligação muito próxima e especial com o Alentejo. Não só por lá ter vivido, como também por a minha família ser de lá (apesar de a paterna estar instalada na zona de Setúbal, onde também vivi). É certo que a minha relação com o meu Alentejo é um pouco de amor/ódio. Cada vez que visito a minha avó materna adoeço. Mas lá está, é o MEU Alentejo e encho-me de orgulho em afirmar que sou de lá.


Isto tudo a propósito da imagem da primeira página do Público (que parece que fez 18 anos esta semana) de hoje:



A Herdade dos Machados em Moura foi comprada por uns espanhóis. Esta compra não seria extraordinária se não estivesse em causa o maior olival português. Não tenho ligações a Moura, nem à Herdade dos Machados, mas esta compra preocupa-me. É certo que os olivais estão protegidos por lei em Portugal, mas em Espanha não, e há uns anos andaram a desmatá-los ao desbarato. "De Espanha nem bom vento, nem bom casamento!". Sim, eu sei que às vezes tenho vontade de ir viver para Espanha...


Curiosamente o tema do jantar de mais logo à noite será o Alentejo. Ai que saudades que tenho...

11 comentários:

António Garraio disse...


É preciso ser-se muito burro, para nos dias que correm, afirmar uma coisa destas...


E que isto se publique ainda é mais grave. É por isso que estamos, como estamos?

(Já agora, confesse lá... tá com medo da invasão castelhana, tá..?)

rifa disse...

luis v: acho que não leste a notícia. se o Estado acordar, será feita cultura intensiva que transformará a herdade num dos maiores produtores de azeite do mundo! Só...
acho que vão precisar das oliveiras...

;)

Luís V disse...

Não tenho medo da invasão castelhana, mas não sou a favor da "Ibéria", por exemplo. Considero Espanha um dos países mais interessantes da Europa. Não é por nada que escrevo: "Sim, eu sei que às vezes tenho vontade de ir viver para Espanha...".

António, realmente não gostei do seu comentário, mas a caixa de comentários e o meu e-mail no meu perfil deste blog servem para isso mesmo: para serem feitas considerações a favor e contra. É por isso que não faço censura aos comentários. Espero que continue a visitar este espaço e que continue a fazer comentários.

Obrigado.

Hugo Jorge disse...

gostei do seu blog

Brama disse...

Eu por acaso sou a favor da Iberia, penso que actualmente só teríamos a ganhar (pese embora a crise económica que também já grassa no território espanhol), mas é a minha opinião apenas ... como não é exactamente disso que trata o post, também não interessa. Em relação à compra pois, sei lá, o nosso país está mesmo transformado numa manta de retalhos ... será que ainda algo é verdadeiramente português?

Fernando Santos Jorge disse...

Isto, infelizmente, é o resultado de décadas de iniquidades, injustiças, incapacidades e incoerências - pessoais, familiares, empresariais e políticas... Há muitos responsáveis por isto, infelizmente muito poucos responsabilizáveis. Parabéns ao Dr. Nuno Tristão Neves pela abnegação, vontade, querer e dedicação. Lamentamos a necessidade deste passo, mas compreendemos, à luz de demasiadas idiossincrasias e sofismas, o que aconteceu. Acreditamos que subsiste a vontade, o empreendedorismo, a raça e a determinação da família, no encarar de um novo futuro. Esperamos e nunca desistimos.

Os espanhois trazem ideias (que, por acaso não são novas), dinheiro e apoio político, tudo o que faltou à Casa Agrícola Santos Jorge (excepto as ideias, está claro!) nos últimos TRINTA, ouviram bem?!, TRINTA LONGOS ANOS DE LUTA CONTRA MOÍNHOS DE VENTO, MENTIRAS E ACTOS POLÍTICOS IRRESPONSÁVEIS E INCOMPREENSÍVEIS, atentatórios da liberdade, do direito da propriedade e do simples bom-senso. Mais uma vez, um dia espero que seja feita justiça à inteligência e ao grande carácter e coragem do Dr. Nuno Neves, que conheço muito mal, mas que respeito e considero um dos últimos homens com CORAGEM e independência deste país. Espero que alguém, um dia, lhe faça justiça.

Quanto às Ibérias ou não Ibérias, são questões menores e sem resposta. Mas que Portugal não é a Andalúzia, ou a Galiza, isso não é... E refuto totalmente a ideia de que um dia, o sentimento da portugalidade, a selecção Nacional, o hino, os símbolos da Pátria, e auto-determinação, possam ser confundidos com terrorismos e actos criminosos.

Fernando Santos Jorge

Francisco disse...

Sou Transmontano, junto da fronteira com Espanha e quem me dera que não houvesse fronteira.
Sempre era melhor ser governado por eles (e bem melhor) do que por esta cambada com o rego sentado numa bela cadeira em pele em Lisboa.
Por isso eu digo "xoder Tio" viva la Espanã.

Pedro disse...

Sinceramente, por vezes os portugueses entristecem-me.
Que cambada de hipócritas, de cobardes!
Cobardes porque Portugal tem 900 anos de história, pertence à UE e à NATO, participa em missões internacionais de paz um pouco por todo o globo, é um estado soberano perfeitamente legitimado, é um país estável, tranquilo e não enfrenta qualquer ameaça séria à sua independência. Apesar disso, apesar de sermos o país europeu com as fronteiras definidas há mais tempo, a generalidade dos Portugueses passa a vida a temer a "invasão espanhola". Olhem para a economia srs, só temos a ganhar com o aprofundamento das relações econónimas com o nosso vizinho. O Canadá, por exemplo, tem um relacionamento muito mais aprofundado com os EUA do que nós com a Espanha e os canadianos não andam sempre a temer uma invasão americana.
Hipócritas porque percebem que, neste momento, Espanha está mais desenvolvida economicamente do que Portugal e, em vez de tentar importar as suas boas práticas e trabalhar para "apanhar" os espanhóis, preferem por em causa a independência só para ver se dá para ir comer um bocado à gamela dos outros. Acham que os espanhóis vos vão dar alguma coisa? Tenham mas é juízo!
Claro, tudo isto muda quando joga a selecção nacional, porque nessa altura é só patriotas em todo o lado!
Trabalhem para o país melhorar, não percam tempo com disparates e metam na cabeça, uma vez por todas, que nada se faz sem sacrifício!
PS - Este comentário nem sequer é particularmente dirigido ao autor do blog que apenas pecou porque foi ingénuo e, não tendo lido a notícia, foi vítima do sensacionalismo dos media.

Mr Fights disse...

Nada como um belo insulto para mostrar o quão fracos são os nossos argumentos (embora possam eventualmente ser válidos).

Aprenda a viver em sociedade e a respeitar os pontos de vista dos outros! Censura é coisa que já não há felizmente. Até porque se houvesse provavelmente censurava-o a si em 1º lugar.

Anonymous disse...



Quem diz o quer, arrisca-se a ouvir o que não quer. Você faltou-me ao respeito várias vezes.

A minha mulher é espanhola e eu tenho um bom casamento. A minha filha é espanhola e ela foi um bom vento.

Eu sou alentejano, vivo no Alentejo (e você???...) e sei muito bem que o investimento espanhol é fundamental para desenvolver aquilo que por cá não há arte nem engenho para fazer.

Quanto ao facto de não ter gostado do comentário, dou-lhe duas alternativas, : medir aquilo que escreve, ou por na borda do prato.

Para além disso, não ser a favor da Ibéria não significa ter que se armar em "carapau de corrida" e generalizar tudo aquilo que de Espanha nos chega.

Perca esses complexos, verá que fica mais próximo da felicidade-

rifa disse...

Concordo. Há muito oportunismo mas até isso é tão tipicamente português. E por isso mesmo, por não haver uma verdadeira vontade de "ser" ibérico, é que eu partilho o receio do Sr. Fernando Santos Jorge. Hoje, devido à situação económica, cobiçamos a gamela do vizinho. No entanto, quando a Ibéria vingasse e todos os ibéricos ou a maioria ficassem ricos (partindo do princípio que seríamos tratados como os espanhóis), será que quereríamos continuar integrados? Há acontecimentos que não podem nunca voltar atrás. Veja-se a União Europeia. Ninguém imagina que se possa sair dela, não é verdade? Esta relação de amor-ódio dos portugueses com os espanhóis, como todas as relações assim, já é instável. Não brinquemos com o fogo e debrucemo-nos antes a apagar os "incêndios" que lavram no NOSSO país (nascido e crescido sempre em contraponto a Espanha).
Quanto à invasão económica, qual é o mal? Quer dizer, Portugal não se desenvolve sozinho e não se deixa desenvolver pelos outros? O que é que é pior? Quem estiver contra que faça algo melhor.