quarta-feira, 4 de abril de 2012

filhos e cadilhos

Sempre quis ter filhos. Ainda quero. Não importa se biológico ou adoptado. Desde os 30 anos que esse desejo se vem acentuando. O meu JR sempre torceu o nariz à ideia de ter filhos, se bem que de há uns tempos para cá já é mais favorável.
Não sei se o meu desejo de ter filhos será egoísmo meu ou não, a necessidade latente de preenchimento de alguma lacuna familiar. Por várias razões às vezes penso que estou a ser um egoísta vil e mesquinho. A minha mãe morreu quando eu tinha 12 anos, desde essa altura procuro, inconscientemente, nalgumas mulheres o elo maternal que se quebrou tão cedo. Desde a minha avó paterna - que cuidou de mim e do meu irmão logo após a tragédia e até aparecer a minha primeira madrasta - até à minha avó materna - que cuidou de mim desde que fui viver consigo e o meu avô, tinha eu 14 anos, isto só para dar dois exemplos.
Talvez prefira adoptar por ter sido filho biológico dos meus pais e de criação dos meus avós maternos. Lembro-me vagamente que os meus pais estiveram para adoptar uma menina que teria apenas mais um ano que eu e com a qual criaram afinidade durante um dos meus internamentos ou visitas regulares ao Hospital D. Estefânia. Na altura a menina foi adoptada/acolhida por uma enfermeira e o seu marido que não podiam ter filhos. Felizmente que assim foi e a menina não veio depois a sofrer a perda de outra mãe, já lhe tinha bastado o abandono dos seus pais. É por isso que não compreendo o porquê de negarem a adopção de crianças a pessoas que têm tanto amor para lhes dar...

8 comentários:

João Roque disse...

Não percebes tu, nem percebe ninguém com dois dedos de testa e com amor e carinho para dar a crianças cujo futuro é uma incógnita.
Também eu sempre desejei um filho, mas agora, já vou tarde, mesmo para a adopção...

coelhinha disse...

É uma grande verdade!! É preferivel deixar as crianças "ao molho" em vez de lhes darem um lar com pais dispostos a partilharem amor e carinho sem receber nada em troca apenas um sorriso!
Acho triste a mentalidade de certas pessoas...e quem mais sofre com isto tudo são as crianças!
Não desistas NUNCA de querer ter um filho luta por isso porque é a melhor coisa do mundo... ver um sorriso nestes minorquinhas e sentirmos que são felizes é tudo de bom =D
Apoio-vos a 100%

Carla Veríssimo disse...

JR: Para o amor: Nunca é tarde.
;)

Unknown disse...

João, a adopção por casais do mesmo sexo será uma realidade no futuro, quer queiram quer não. Esperemos é que chegue o quanto antes...

Coelhinha, espero nunca desistir de ter filhos...

Carla, a que JR te referes? Ao João Roque, que comentou, ou ao meu JR, que aparece referenciado no texto.

João Roque disse...

Carla
suponho que é para mim: e se é verdade que para o amor nunca é tarde, e eu sei disso porque amo alguém com muita força, já para criar um filho com mais de sessenta anos não será fácil...

Carla Veríssimo disse...

Luís, sim, era ao João Roque!;)
E João...dito assim, compreendo...
Bjs

um coelho disse...

Não podia estar mais de acordo. Estou a caminho dos 30 e com um desejo enorme de ter um filhote. O P, talvez pela diferença de idades (ou mesmo pela personalidade dele) não sente esse apelo da paternidade.
Já estive em centros de acolhimento para crianças, supostamente temporários mas onde as crianças chegam a permanecer mais de 5 anos. É incrível como pode haver pessoas que achem que as crianças estão melhor ali do que com famílias que as amem e cuidem delas.

Unknown disse...

Um Coelho, ser pai ou mãe é amor, pelo menos é assim que vejo a paternidade e a maternidade, foi assim que me foi ensinada. A paternidade e maternidade não é com toda a certeza deixar as crianças em centros de acolhimento mais ou menos permanentes, não é deixar as crianças sem amor e carinho, que tanta falta lhes fazem. Por isso é que eu não compreendo o porquê de casais do mesmo sexo não poderem adoptar... devo ser muito burro, só pode.