segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A "candidatura" do Professor Marcelo e as Facções

Ontem à noite em casa do ROM, pouco antes da entrada em cena na RTP1 do Professor Marcelo e as suas Escolhas, discutia-se política. Discutia-se se ao Professor Marcelo interessa ou não a Presidência do PSD. Eu sou dos poucos que defende que o Professor Marcelo não se vai candidatar à presidência do PSD. Não se vai candidatar pois o que lhe interessa é a Presidência da República, quer numa muito remota candidatura em 2011, em vez do Professor Cavaco, quer numa candidatura em 2017. Ao Professor Marcelo não lhe convém ser candidato a Primeiro-Ministro frente ao Engenheiro Sócrates daqui a 2 anos ou daqui a 4 frente a outro nome socialista. O Professor Marcelo não se esqueceu ainda quão má foi a sua liderança no PSD, quando um sedento pelo poder chamado Paulo Portas lhe cortou todas as vazas duma idílica reedição da AD.


Curiosa acho a seguinte notícia do DN: "Marcelo recusa PSD com barões em luta de facções". Já não é a primeira vez que se noticia que o Professor Marcelo quer é o entendimento das bases do PSD para poder avançar com uma candidatura à presidência do partido. Porquê? Porque o Professor Marcelo sente que o apoio que as várias facções lhe dão não é suficiente para vencer face à antiga promessa política que é Pedro Passos Coelho. Mas é muito curioso um barão do PSD como o é o Professor Marcelo falar na luta de facções.


Ontem à noite em casa do ROM discutia-se tudo isto em amena cavaqueira amigável. Com assumidos de direita e assumidos de esquerda, com filiados na direita e filiados na esquerda. Chegou-se a uma conclusão única, ainda o programa do Professor Marcelo ia no início, esta conjectura sobre a futura presidência do PSD não se irá dissipar tão cedo. Não nos esquecemos que só no próximo ano é que serão as eleições internas...

2 comentários:

Pinguim disse...

Eu não sou simpatizante do PSD e muito menos militante, pelo que deveria talvez não meter a foice em seara alheia; mas sendo o PSD o maior partido da oposição não posso deixar de seguir com algum interesse o que se passa naquele partido, dominado desde há muito por barões e que têm uma visão do espectro político democrático português bastante conservadora, para não dizer retrógada.
Marcelo é uma pessoa muito inteligente, e sendo também um dos barões do PSD tem sobre todos os outros uma superioridade que é a sua conhecida capacidade de analista político; e sendo inteligente, não será fácil aceitar uma candidatura para a qual estará a ser empurrado, e que poderá fazer-lhe muito bem ao seu ego político, mas que lhe trará bastantes problemas internos e uma luta com Sócrates que ele não deseja tão cedo...
E não me surpreenda mesmo que possa ter objectivos mais ambiciosos!
Qual a solução para o PSD? Passos Coelho tem uma imagem política interessante, ao estilo de Sócrates, mas tem todo um aparelho partidário contra si;
qualquer "baronete" , tipo Aguiar Branco (que ambição tem este homem), seria um aval de longevidade para a maioria relativa do PS; resta esperar o aparecimento de um "messias", tipo Cavaco "em rodagem", mas onde está ele? Para mim, embora com fraca figura pública, parece-me ser Paulo Rangel um nome a fixar...só que ele parece receoso de avançar...
Eu no meio daquele pantanal cheio de crocodilos e com uma crise ainda bem viva em curso no nosso país e no mundo, também não avançava.

Luís V disse...

Pinguim não nos podemos esquecer que o Paulo Rangel foi militante do CDS-PP . O próprio, supostamente, não sabe se terá mesmo sido militante ou não. Mas simpatizante foi-o de certeza. E que andou por lá a ver se fazia carreira andou de certeza. Penso que o nome de Paulo Rangel apesar de agradar bastante à "baronesa" Manuela Ferreira Leite, não deve preencher totalmente as medidas a outros "barões" e "baronetes"... Contudo uma disputa entre dois "jovens" políticos pela presidência do PSD como o Pedro Passos Coelho e o Paulo Rangel seria deveras interessante.