Definitivamente In! A revista Com'Out é In. É In por ser uma boa revista. Não é a primeira revista portuguesa dirigida a um público maioritariamente LGBT a surgir no mercado, nem deverá ser a última. Um longo e penoso caminho foi necessário percorrer até se chegar a esta revista. Já era tempo de haver uma publicação com qualidade dirigida à comunidade LGBT. Se bem que esta revista se focaliza para um leque mais vasto e variado de pessoas. Esperei pelo terceiro número para dar a minha opinião. A qualidade tem crescido e espero que continue a crescer. Aliás, é obrigatório que a qualidade continue a crescer. Ao primeiro número temi que esta Com'Out poderia vir a ser uma Zero à portuguesa, mas enganei-me. E ainda bem! Gosto da paginação, não tem erros ortográficos nem frásicos. Gosto do "Out" na capa. Contudo o nome faz lembrar a Time Out... As capas têm tido também uma melhoria, sendo a última, com Michael Phelps, a mais interessante. Agora quer-se mais e melhores... Mais e melhor publicidade, mais e melhores páginas, mais e melhores opiniões, mais e melhores artigos de fundo. Também se quer figuras públicas na capa. Para quem ainda não conhece a revista deixo-vos excertos de opiniões publicadas nos três numeros:
"Outro exercício igualmente divertido é imaginarmos cerca de um milhão de armários espalhados pelas ruas. Closets para gente fina. Um armário é um móvel visível. Na rua, seria praticamente impossível não esbarrar com vários ao longo do dia. Pois é. Cada armário seria uma espécie de brinde. Nunca sabemos quem está dentro. E as surpresas seriam muitas. Boas e más, por suuesto." excerto de "A realidade de um armário" de Sara Martinho in Com'Out número 1, Crónicas das Funga H, página 56.
"Um heterossexual masculino pode trocar as pernas em público quando sentado. Porém, deviam existir regras claras sobre a quantos centímetros do joelho inferior descansaria a perna superior. Qual é o ângulo limite em que se pode rodar um pulso? Que grunhido vocal é permitido? Faça-se o manual senhores! Com direito a questionários sobre tiques de cabeça, pulsos, caminhar e pontuação a condizer!" excerto de "«Tens tiques efeminados?»" de António Balzeirão in Com'Out número 2, O Último Que Feche o Armário, página 98.
"Porque nos damos ao trabalho? Muito simplesmente porque somos humanos e podemos também sentir desejo de criar outros seres humanos a quem possamos amar incondicionalmente. Privilegiamos o aspecto social da parentalidade em detrimento do biológico; valorizamos o projecto e não a fatalidade; usamos a biologia, não somos escravos dela. Em breve as histórias de coming out deixarão de ter aquele lamento infeliz e passaremos a dizer "e depois quero ter filhos". excerto de "«E depois quero ter filhos»" de Miguel Vale de Almeida Com'Out número 3, página 18.
1 comentário:
Gosto mesmo da "Com'Out" e vejo melhorias de número para número; é uma revista que fazia (muita) falta no nosso país...
Abraço.
Enviar um comentário